terça-feira, 18 de novembro de 2014

Na escalada do sucesso, Fifth Harmony monta nas costas das suas harmonizers

O post de hoje encerra as atividades do Fandom POP. A fanbase escolhida já está nos planos do blog desde o começo desse projeto, porque leva o conceito de fandom a um patamar poucas – para não dizer nunca – vezes visto no cenário musical. Elas não tem milhões de seguidores no Twitter. Elas não tem nem um álbum. Mas existe alguma coisa sobre essas cinco meninas, um brilho diferente que faz até o mercado pop, viciado no ciclo de meninas gritando por rapazes sem camisa e voz bem mais ou menos, reconhecer que elas merecem o espaço pelo qual estão lutando. Esse post é sobre uma aposta, sobre gente que ainda vai ser muito grande. Caso você ainda não tenha percebido, o Fandom POP de hoje é sobre o Fifth Harmony e suas harmonizers.


Fifth Harmony é a encarnação daquilo que tinha tudo pra dar errado, mas por algum golpe do destino, vai dando certo. Ally Brooke Hernandez, Camila Cabello, Dinah Jane Hansen, Lauren Jauregui e Normani Kordei inscreveram-se como artistas solo no extinto XFactor US, em 2012. Depois de aprovadas nas auditions, foram reprovadas na fase do boot camp. “Talvez eu não seja o que eles queriam”, uma Ally de nariz vermelho lamentou, na época. E seriam só mais cinco meninas nas estatísticas se os jurados L.A Reid, Britney Spears (!!), Demi Lovato (!!!!) e o produtor com mais apurado faro para grupos do mundo, Simon Cowell, não tivessem visualizado que com elas um grupo poderia ser formado. Depois do corte prematuro, foram chamadas de volta ao palco montado em Miami, onde oficialmente se formou a girlgroup. “Se existe um por cento de chance, é mais do que eu sempre achei que teria”. No dia 10 de outubro de 2012, começaram a trilhar um caminho parecido com o que os meninos do One Direction já tinham percorrido 2 anos atrás, no UK. Na fase das judge's house, as cinco cantaram “Impossible”, e chegaram aos live shows. A verdade é que as LYLAS, posteriormente 1432, e finalmente Fifth Harmony seguiram na competição aos trancos e barrancos. Longe do brilho de Carly Rose Sonenclear e Tate Stevens, e do buzz dos descamisados do Emblem Three, elas chegaram ao top 4 do programa sem maiores perspectivas de passar às finais. Foi nessa época que as harmonizers começaram a fazer a diferença no destino do grupo. Depois de uma performance da significativa “Anything Could Happen”, Britney Spears foi obrigada a fazer aquilo que não fez em meses de programa: uma expressão de real surpresa. As 5H desbancaram os favoritos e foram as primeiras a passar para a final do programa, arrancando de Lauren Jauregui um “holy shit” em rede nacional.



 Assim como aconteceu como a 1D, a girlgroup encerrou sua participação em terceiro lugar. Em janeiro do ano seguinte, assinaram contrato com Epic/Syco, postaram covers de músicas que no momento faziam sucesso e deram início ao processo de gravação aquilo que era pra ser o álbum début e acabou sendo um EP. Lançado em 22 de outubro, “Better Together” levou as meninas à sexta posição do Billboard 200. Em 2014, a era Better Together começou a ser deixada para trás, e BO$$ instaurou novos rumos com bases feministas na carreira do grupo. 




Hoje, a conta oficial conta com um 1.6 milhões de seguidores no Twitter, mais de 4 milhões de curtidas no Facebook. Em comparação com os artistas anteriores, os menores números em termos de redes sociais. Mas foram esses “poucos” fãs que deram às cinco o VMA de Artist To Watch 2014, desbancando fanbases com até 18 milhões de seguidores. No EMA, tiraram Beyoncé, Katy Perry, Justin Perry da disputa pela indicação de WorldWide Act. Gabriela Marrêta é uma das fundadoras do Fifth Harmony World (@5HWorldCom), e reconhece a força da fanbase como um diferencial na história do grupo.

“Dizem que somos muito organizados, eu concordo. É a vontade de ver o trabalho duro delas ser reconhecido”.

Mariana Moreira, do Fifth Harmony Brasil (@5hNewsBrasil), vê uma relação de dedicação mútua.

“Nós temos uma conexão muito forte... uma relação bem próxima e individualmente elas nos ajudam... Elas se lembram de nós, quando contamos situações... Elas são gratas e nos ajudam muito. Falo por experiência própria e tudo que fazemos, é em forma de agradecimento à tudo que elas fazem por nós. Seja de forma coletiva ou individual”.

Esse bom desempenho em termos de votação está muito ligado às origens do grupo: harmonizer já nasceu votando. Harmonizer brasileiro então...

"Temos plena consciência de que o sucesso delas está em nossas mãos. A gravadora é meio molengona e deixam a desejar no marketing delas, o que faz com que nos empenhemos ao máximo. É o que falamos... Nascemos votando, ralando e morreremos assim. Os fãs brasileiros em particular são dedicados como todos sabem. Utilizamos programas que mudam IP para deixar stream rolando para que os views aumentem e elas subam no charts, pedimos as músicas no mediabase. Somos um fandom bem organizado e empenhado, por isso que em tão pouco tempo, elas tem cada vez mais destaque".

Chama atenção a faixa etária média entre as fãs, muito acima da de outros fandoms. Não é raro encontrar harmonizers com 20 anos ou mais e que entraram na maldita vida de fã graças às 5H. Gabriela tem 21 anos e é um exemplar claro desse tipo.

“Nunca estive muito por dentro dessa nova era de fanbases. Quando eu percebi já era Harmonizer, daí já não tem mais volta”.

Apesar das coisas boas, 5H é a fanbase do drama. Todo dia é dia, toda hora é hora. Os famosos"ships" são, assim como na fanbase directioner, uma pedra no sapato. No 5HWorldCom, é um tema que geralmente é evitado.

"Isso é um grande problema na nossa fã-base, mas tentamos focar no grupo e incentivamos os fãs a fazerem o mesmo".

Apesar das brigas relacionadas a vida pessoal das meninas, um fandom é uma espécie de irmandade. A passagem da Fifth Harmony pelo Brasil foi uma experiência que mostrou a força dessa família.



O Fandom POP foi ao show do Rio de Janeiro, e viu as fãs fazendo do apresentação um grande espetáculo, mesmo antes das meninas subirem ao palco. Assistir, do camarote, todo mundo cantando "Someone Like You" foi realmente arrepiante - apesar de não ser uma música nem das meninas, nem do outro artista que se apresentou na ocasião.


Quando as cinco subiram ao palco, o Vivo Rio veio abaixo. E quando Camila Cabello soltou o primeiro "Brasil Gostosas"...

 Para Mariana, a aceitação da girlgroup no país explica muito do por que vale a pena ser fã de Fifth Harmony.  

"Elas são garotas muito reais. Elas tem perfis que se parecem com o seu e com aquela amiga louca, ou com a irritadinha que te corrige em tudo...Você consegue se conectar e enxergar realidade nas atitudes delas. E por 3 das 5 terem origens latinas a identificação foi maior. Elas tem corpos como os nossos, lidam com as mudanças, com as loucuras da adolescência/transição para a vida adulta, não se escondem por isso e encorajam os fãs a serem que são, não importa como são! O carinho dos Harmonizers brasileiros vai além do talento. Tem a ver com o estilo de vida que elas levam e a valorização que elas dão às pessoas, principalmente aos fãs. Eu conheci a Demi, conheci o Paramore e elas realmente são diferentes. Você se sente querido numa palavra, num sorriso ou olhar. Elas nos tratam como se fôssemos amigos de longa data."




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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Mais do que apenas cinco segundos de verão

Assim como os últimos escolhidos para o último post do Fandom POP, os de hoje não gostam muito de ser rotulados como um grupo que faz pop. Eles preferem falar que fazem rock ou punk. No máximo, punk pop rock. E não venha chamar de boyband, nem eles e nem as fãs gostam. Se as dicas ainda não foram suficientes, eu entrego logo: hoje vamos falar do 5 Seconds Of Summer e sua 5SOS Fam.



O grupo australiano tem uma história muito recente. Em 2011, Luke Hemmings (vocais e guitarra) começou a postar covers em uma conta no Youtube. Colegas de escola de Luke, Michael Clifford e Calum Hood se juntaram a ele nos vídeos, formando a 5 Seconds Of Summer. Faltava um baterista, e quando o grupo recebeu um convite para sua primeira apresentação oficial, Michael chamou, por Facebook, um conhecido para tocar com eles: Ashton Irwin. Desde então, é essa a formação oficial da banda. Em 2012, lançaram, de forma independente, o EP “Unplugged”, que alcançou excelente posição no iTunes, e impulsionou a pequena turnê “Twenty Twelve Tour”. Em outubro do mesmo ano, abriram para Hot Chelle Rae e Cher Lloyd. Em dezembro, começaram a gravar o primeiro álbum.  Em fevereiro de 2013, veio o empurrão que faltava para a banda, que ainda trabalhava como artista independente: o anúncio  de que a 5SOS ia abrir a turnê do One Direction. Para um grupo que estava começando a ganhar fama, nada melhor que se apresentar com aquela que já era, na época, a maior boyband do mundo, tendo oportunidade de tocar para um público da mesma faixa etária média que já os acompanhava.  No final do ano, a banda finalmente assinou contrato com a gravadora Capital Records, e ganhou seu próprio selo, a Hi Or Hey Records – nome que, aliás, vem de uma das primeiras entrevistas da 5SOS. Em março lançaram o EP “She Looks So Perfect”, alcançando primeiro lugar no iTunes de 46 países. O álbum veio em junho, seguido pela indicação em duas categorias no VMA 2014. O moonman de Best Lyric Video ficou com o grupo, mas o de Artist To Watch escapou e foi parar nas mãos das meninas do Fifth Harmony.





Nesse relativamente curto período de tempo, o número de fãs explodiu. Hoje, a conta oficial no Twitter tem quase 19 milhões de seguidores, a página no facebook conta com cerca de 7 milhões de curtidas e o Instagram tem quase 3 milhões de seguidores. No Brasil, são cerca de três grandes updates dedicados à banda. A 5SOSBrazil (@5SOSBrazil) nasceu em 2012, quando ainda eram poucos os fãs no país. Fernanda Lima é uma das responsáveis pelo site e conheceu os meninos em um vídeo no Youtube. Ela atribui o sucesso da banda, ao trabalho dos fãs, da boa gravadora e dos próprios integrantes.

“No final, acabou sendo um conjunto de coisas. Enquanto estavam em turnê com o 1D, eles aproveitavam para interagir com os fãs e promover seu trabalho, e os fãs retribuíam os divulgando e mostrando para outras pessoas um “olha, gosto dessa banda aqui!” (o que ajuda muito, porque querendo ou não acabamos pesquisando sobre “quem aquela pessoa está falando”), e a equipe deles montou uma divulgação e agenda que fizeram tudo isso funcionar (desde shows solo, até a gravação do álbum, EPs e clipes, entrevistas, etc)”.

A Emily Puhina é Michael girl (@michaelgway) e conheceu a banda na época do anúncio da turnê com a 1D.



“Quando a One Direction anunciou quem seria sua banda de abertura para a turnê Take Me Home, uma amiga minha se interessou por eles e foi procurar mais sobre a banda, ela até chegou me apresentar, mas, no começo não dei muita bola, sabe? Então, nossa amiga em comum me mandou Out Of My Limit e disse que estava viciada, acabei prestando mais atenção dessa vez. Hoje estou aqui”.

De 2013 para 2014, com o boom da banda, os rumores e polêmicas inevitavelmente começaram. Histórias de descaso com as fãs e goupies se multiplicaram pela internet. Emily encara esse tipo de coisa com certa naturalidade.

“Às vezes eles realmente não podem atender alguns fãs pela sua própria segurança e coisas do tipo... Nunca tive oportunidade para conhecer a banda, mas sempre acompanho as meninas que os conhecem e nunca vi nenhuma reclamar sobre eles, pelo contrário, sempre elogiam e dizem que são uns amores! Esses boatos começaram em tumblr com a função de falar mal de alguns artistas, então, nem dou muita atenção. E em relação às “groupies”, é normal... Digo, eles são quatro adolescentes, mas acima de tudo são normais como qualquer outro rapaz de 18-20 anos, estão tendo uma experiência única na vida. É normal que queiram aproveitar, sem falar que “groupies” não são exclusividade só da 5 Seconds of Summer, isso já acontece tem um bom tempo e com vários artistas”.

Com essa mesma tranqüilidade ela encara a polêmica do snap vazado de Calum Hood.

Eu dei risada e não achei nada de absurdo, afinal ele é um adolescente como a gente também e é normal fazermos burradas, só fiquei realmente chateada por vazarem o vídeo e não respeitarem a privacidade dele”.
No site, esse tipo de situação tem que ser tratado com mais cuidado.
“Se for algo muito sem noção, como muitos boatos que saem sobre os garotos, explicamos para os fãs que nem tudo o que saí por ai é verdade. Quando é algo real, como o caso do snap, nos baseamos na reação dos meninos quanto a isso. Normalmente eles não falam sobre suas vidas pessoais, então também nos mantemos neutros. Quando eles falam (como foi o caso do Calum, que acabou levando esse acontecimento “de boa”, e até fez piada), brincamos com a situação e deixamos passar. Quanto mais se comenta sobre algo que não tem relação com o trabalho deles, menos atenção damos ao que realmente importa (a música), e isso não é certo e nem legal”, conta Fernanda.

Emily garante que não é tão complicado acompanhar os 4 sem acabar deixando um ou outro de lado.
“Eles estão sempre juntos, literalmente, você sempre está ligada no que um ou outro está fazendo, então, não tem como meio que ignorar algum deles”.

A banda nunca veio ao Brasil. Para Fernanda, estar no 5SOSBrazil é uma forma de se aproximar dos rapazes.

“’Trabalhar’ falando sobre os garotos, os divulgando e buscando notícias sobre eles nos faz conhecer cada vez mais a banda, e isso é uma forma de estar perto deles mesmo estando longe”.

Tanto Emily quanto Fernanda tem respostas bem simples sobre o que é a melhor coisa de fazer parte da 5SOS Fam.

“Ter contato com tantas pessoas diferentes, fazer parte do "mundo dos meninos" e poder estar sempre aprendendo com a história da banda e dos fãs” – Fernanda

“Sem dúvidas as amizades, nesse um ano e meio mais ou menos em que sou fã da banda, conheci pessoas maravilhosas e fiz ótimas amizades que quero levar para o resto da vida” – Emily.


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sábado, 25 de outubro de 2014

O Paramore e seus paraputos

Os artistas escolhidos para o post do Fandom POP de hoje são um pouco diferente dos anteriores por alguns motivos. Primeiramente, porque eles não fazem música pop. Eles fazem rock. Ultimamente, com doses pesadas de pop, é verdade. Mas se você perguntar, eles não vão dizer que fazem pop. A segunda característica que os difere dos escolhidos anteriormente é a duração de sua carreira. Grande parte dos artistas com fanbases pesadas de hoje em dia surgiram há cinco anos. Eles já tem mais de dez anos de estrada. Com quatro álbuns, tem mais de 3 milhões de seguidores no Twitter, uma fanbase muito bem-organizada, e uma carreira sólida. Caso você ainda não tenha percebido, hoje o Fandom POP vai falar do Paramore.

O Paramore surgiu em 2004, no Tennessee, com uma formação original diferente da atual. No começo, a banda contava com Hayley Williams, Josh Farro, Zac Farro, Jeremy Davis e Jason Bynum. Na época, apenas a vocalista tinha contrato de gravação, mas todos continuavam tocando juntos. Ainda nesse ano, o grupo saiu em turnê pelos Estados Unidos. Quando voltaram pra casa, Jeremy saiu e foi substituído por John Hembree, com quem lançaram o álbum début, All We Know is Falling, em 2005. Mas foi em 2007 que o Paramore começou a conhecer o sucesso, e a formação que consagrou a banda começou a se delinear. Taylor York se juntou ao grupo, e Jeremy voltou. E eles começaram a gravar Riot!. E Riot! foi um sucesso. Debutou na Billboard na 20ª posição (Uma banda de rock! Iniciante!). “Misery Business”, primeiro single do álbum, é, até hoje, uma das faixas que nunca sai da setlist da banda. Em 2008, o Paramore foi indicado ao Grammy como “Best New Artist”. Em novembro de 2008, lançaram um DVD, o "The Final Riot!". E aí a saga Crepúsculo aconteceu. Com as faixas “Decode” e “I Caught Myself”, a banda foi carro-chefe da soundtrack do filme, e ganhou ainda mais atenção do grande público. Em 2009, foi lançado o último álbum com a formação que consagrou o grupo: “Brand New Eyes”. Para alguns fãs, a era de ouro do Paramore. Em 2010, um anúncio sacudiu a fanbase. Josh Farro e o irmão, Zac, estavam deixando a banda.
Fundadora do Paramore FM (@paramore_fm), Camila Porto vê nesse ponto da história da banda o momento mais complicado para os fãs.

“Eu, pessoalmente, lembro de ter acordado e descoberto sobre a notícia, e eu, assim como quase todos os fãs, de primeira não acreditamos que fosse verdade. E quando a situação se tornou pública o fandom entrou em desespero: eles eram integrantes muito queridos, e foi como arrancar uma parte do quebra-cabeça, nada realmente fazia sentido. Estavam todos perdidos, e inconsoláveis. Essa perda levou a cabeça de todos fãs para uma pergunta: O que irá acontecer com "Paramore"? O que será "Paramore" daqui pra frente? Ainda existirá?”

Muito se especulou sobre a possibilidade de Hayley seguir carreira solo. Mas os três integrantes que restaram resolveram continuar tocando juntos. Hayley Williams, Jeremy Davis e Taylor York ficaram. Paramore is still a band! E o trio lançou, em 2013, o álbum mais pop da história da banda, o selftitled Paramore.



Ao contrário do que acontece em outras fanbases, o fandom do Paramore não tem um nome exatamente definido. O mais conhecido é “parawhore”. Com uma faixa etária mais ampla do que a maioria das fã-bases do pop atual, a banda tem admiradores que vão, em média, dos 15 aos 26 anos. Mas, segundo Camila, a dedicação não fica atrás dos outros grupos de fãs.

“As prioridades dos fãs são diferentes, assim como o tempo livre para se dedicar a banda, mas o fato deles serem um pouco mais velhos não quer dizer que se dediquem menos, mas apenas que a abordagem direcionada a esse público é diferente do que aos fãs de um artista com faixa etária de 12-15 anos, por exemplo. Sabendo trabalhar um abordagem que chegue a esse grupo e os faça interagir efetivamente, o resultado é ótimo”.

Diferentemente de outras bandas, o Paramore sempre passou para seus fãs uma mensagem muito positiva. Nada de sexo, drogas e rock’n’roll. Renan Collier, hoje com 17 anos, conheceu o Paramore aos 12. Cresceu com eles. Para um jovem que está entrando na adolescência, fez toda a diferença ter ídolos com a cabeça no lugar.

“Quando a gente tá nessa idade, nossos ídolos moldam muito quem nós vamos ser. Ter uma banda que sempre prezou por manter uma boa imagem fez com que eu buscasse ser alguém melhor também”.

Durante um bom tempo, Renan apresentou o Parapower Brasil (@parapowerbr), que fazia vídeos quinzenais sobre a rotina do Paramore. Nessa época, experimentou as dificuldades de falar sobre um grupo, sem dar mais destaque para um ou outro.

“Eu acho que este é o maior problema do fandom. A Hayley é categórica quanto a isso e sempre diz que não gosta deste tipo de divisão entre ela e a banda, admiro isso nela. A gente sempre tenta manter a imparcialidade na hora de dar uma notícia e lembrar que o importante é a banda”.

No Paramore FM, o trabalho é voltado nesse mesmo sentido.

“Nós estamos sempre ligados nos três, da mesma forma. Eles são pessoas diferentes, mas isso não faz com que tenhamos preferências por um ou outro, e é isso, esse amor igual pelos três (pelas suas individualidades, personalidades) que tentamos passar em nosso trabalho. Sempre haverá conteúdo relacionado a Jeremy, Taylor e Hayley em nosso site”.



Um dos grandes empecilhos para os fãs de bandas, boybands, girlbands, é acompanhar os passos de vários integrantes. Enquanto o fandom de um artista solo acompanha só uma pessoa, os parawhores cuidam de três vidas. Camila garante que isso não é problema para a fanbase.

“Além de uma banda, eles são amigos bem próximos, estão quase sempre juntos. E em relação a vida pessoal, são tantos anos os acompanhando que, sinceramente, já nos sentimos parte da vida pessoal deles- não de uma forma invasiva, mas sentimos um carinho especial pela família e amigos próximos, como se fossem nossos próprios. O fato de eles serem três pessoas não nos sobrecarrega de nenhuma forma. Temos um amor pelos três que faz o trabalho, mesmo que as vezes desgastante, ser prazeroso. 3 é melhor do que 1”.

O Paramore realmente conserva uma relação muito legal com os fãs. Estão sempre no Twitter, dividem suas vidas com os parawhores. Recentemente, a esposa de Jeremy deu à luz à primeira filha do casal. O fandom acompanhou a gravidez, e se emocionou com o nascimento da pequena Bliss. No começo do ano, a banda fez um cruzeiro com os fãs, uma oportunidade muito legal de aproximação com o grupo de pessoas que os acompanha e apoia há tantos anos. Camila teve a oportunidade de conhecê-los mais de uma vez, aqui no Brasil.

“Em 2011 e 2013 na passagem do trio pelo Brasil, nós (do site) tivemos a oportunidade de encontrar com a banda em meet&greets devido ao nosso trabalho. Encontrá-los, e estar com eles é sempre um sonho realizado, eles são extremamente amáveis, engraçados, e atenciosos”.

Ela vê aí a melhor coisa de ser fã do Paramore.

“Eles são extremamente gratos por todo apoio e por termos os colocado onde estão hoje. Eles são humildes, carinhosos e atenciosos com os fãs. No último ano, eu estava conversando com o Jeremy em relação ao fã clube e ele disse-me uma coisa que me tocou: Que sem nós, eles não seriam nada, nada. Que não temos noção em como somos importante para eles, é algo que nunca vão ter como agradecer o suficiente. Naquele momento eu fiquei sem palavras, e pude ver a sinceridade nele. O fato de os amarmos e eles nos amarmos com a mesma intensidade torna esse grupo todo uma família, é talvez a melhor coisa. E para completar essa família, completar a principal razão esta o fandom. Os fãs são incríveis, poder conversar com pessoas que compartilham do mesmo amor que você, é o que nos liga. E sinceramente, o fandom do Paramore é o mais engraçado que você vai encontrar, acontecem brigas (como em toda família), mas um sempre esta lá para o outro: é incrível poder ser acolhido dessa forma. O sentimento de pertencer a um grupo dessa magnitude é o que nos faz seguir o nosso trabalho no fã clube todos os dias com um sorriso no rosto. Além também do fato de ser fã de uma banda que lhe inspira a acreditar nos seus sonhos, levantar-se e seguir em frente, e que inspira ações positivas a sociedade. É um privilégio, nos dias de hoje, com tantas celebridades que são superficiais, ter um ídolo que busca inspirar os fãs a serem pessoas melhores, amar uns aos outros”.

Renan ainda ressalta um outro elemento importante: a música.

“Sempre que ouço uma músicas deles fico arrepio da cabeça aos pés e não consigo ficar parado. Ser fã do Paramore é ser fã de um trio que sabe como levar uma plateia ao delírio”.


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domingo, 28 de setembro de 2014

Taylor Swift: a dona do country-pop deixa os fãs em estado de graça


Taylor Alison Swift é um prodígio. Um dos grandes nomes da música country-pop, a americana de 24 anos coleciona conquistas em uma carreira já consolidada. A artista entrou bem cedo no caminho do estrelato. Aos 11 anos, convenceu os pais a viajarem com ela até Nashville, capital da música country, onde foi de gravadora em gravadora oferecendo um cd demo gravado por ela em estúdio. Sem receber resposta, aos 12 anos a jovem Swift decidiu que precisava se diferenciar de outras artistas, e aprendeu a tocar violão. Aos 13 anos, Taylor escreveu sua primeira música; aos 14, mudou-se definitivamente para o Tenessee; aos 15 assinou contrato de um ano com a RCA, uma grande gravadora americana. Aos 16, assinou com a Big Machine Records, um selo americano que estava entrando no mercado nessa época, e com quem trabalha até hoje. Pouco tempo depois, lançou seu primeiro álbum, o auto-intitulado “Taylor Swift”, que vendeu cerca de 39 mil cópias na semana de estreia. Mas foi em 2008 que a música da americana começou a tocar em todo o mundo. “Love Story” foi um dos grandes hits do ano, e alçou Taylor ao posto de nova estrela do country-pop. Seis anos depois do primeiro grande sucesso, Taylor Swift tem mais de 44 milhões de seguidores no Twitter, quase 70 milhões de curtidas na página oficial do Facebook, quatro álbuns de sucesso, sete Grammys Awards, três turnês próprias.



Taylor não trouxe nenhuma de suas tours ao Brasil. A americana só pisou em solo brasileiro em 2012, por um período curtíssimo de tempo, durante o processo de divulgação do álbum “Red”. Ainda assim, o número de swifties - como são conhecidos os fãs da artista – por aqui é enorme. Atualmente são cerca de cinco grandes updates sobre a cantora. O Swift World BR existe desde 2012, e hoje tem mais de 18 mil curtidas em sua página no Facebook, com uma média de mil visitas diárias no site. O webmaster do update, Jefferson Souza, conheceu a música de Taylor em 2010, e desde então a acompanha de perto.

“Eu conheci o trabalho dela porque sempre acompanho charts (paradas musicais) e lembro que quando ela lançou ‘Love Story’, a faixa fez um grande sucesso no iTunes. Ouvi a música e gostei muito, no álbum seguinte, eu não consegui resistir e virei swiftie”. 

Fãs de uma artista com carreira muito bem-sucedida, sem histórico de envolvimento em grandes escândalos, atenciosa com os fãs, os swifties formam um dos fandoms mais calmos da música pop. Diferentemente do que acontece em outros grupos de fãs, os updates se reúnem para divulgar o trabalho da ídola sem grandes problemas ou rivalidades.

“Temos parcerias com páginas no Facebook, por exemplo. Criamos um projeto bem legal em nosso site que conta com algumas parceiras. Sempre mantemos associações com outras equipes”.

Segundo Jefferson, a boa relação se estende a outros grupos de fãs.

“Como Taylor é muito amiga da Selena Gomez e da Lorde, então os fãs acabam virando amigos também. Eu, por exemplo, não gostava da Lorde, mas logo quando Taylor começou a sair com ela, fui ouvir com mais atenção e adorei”. 

É claro que o sucesso atraiu a atenção da mídia. Todos os dias saem fofocas, fotos, notícias sobre a artista. O Taylor Nation – antigamente conhecido como Swift BR – foi criado em 2010, e para evitar a publicação de rumores falsos, estabeleceu procedimentos básicos de organização daquilo que deve ser publicado.

“Temos um filtro base para postarmos algo. Se é algo relacionado ao profissional, esperamos que a notícia venha de fontes confiáveis, como sites americanos experientes e até mesmo da equipe da Taylor (que no Brasil é agenciada pela UNIVERSAL). Quando se trata da vida pessoal, procuramos bastante sobre as fontes, se vermos que é algo confiável, divulgamos”. 

Mi Santos faz parte da equipe Taylor Nation, e vê no site uma oportunidade de ficar um pouco mais próxima da ídola.

“Além de ficar mais perto do dia a dia dela enquanto fazemos as atualizações, em 2012, quando o ‘RED’ estava prestes a lançar e ela veio ao Brasil para o pocket show, sorteamos 20 pares de convites através de concurso, e a nossa equipe também foi. Nós éramos 10, no total”.

O sentimento de proximidade com Taylor Swift é muito comum entre os swifties. Apesar de não ter costume de interagir com fãs no Twitter, volta e meia a artista vai no Instagram de alguns fãs e deixa mensagens.





Mês passado, a americana organizou um livestream com transmissão mundial para anunciar single e álbum novos. Algumas fãs participaram do evento e viram Taylor de perto. Depois, ela levou cerca de 10 dessas pessoas que estavam no local para seu apartamento. Não é qualquer artista com uma fortuna de U$ 50 milhões que faz isso. Esse carinho especial que Taylor claramente tem com a fanbase chamou a atenção de Claudia Santos, fã da cantora desde 2008.

“Além da voz maravilhosa, ela me faz sentir melhor com as letras de suas músicas. E ainda é super carinhosa com os fãs e um exemplo a seguir. Gosto muito de outros cantores, mas nada como a Taylor. Ela é diferente”.

Beatriz Collier, também fã desde 2008, foi cativada pelo comportamento da americana. 

“Ela tem um jeito meigo, é uma pessoa muito talentosa, e muito dedicada a sua música, quer sempre mudar e dar o seu melhor. Além disso, ela toma muito cuidado com a sua imagem, porque sabe da influência que tem. É uma inspiração entre as celebridades atuais”.

Mesmo com todo esse comportamento tranquilo, Taylor não consegue fugir da polêmica em uma questão muito específica: seus relacionamentos. Swift tem uma lista de namorados famosos que inclui John Mayer, Jake Gyllenhaal, Taylor Lautner, Joe Jonas, Harry Styles. A atenção da mídia em cima desses namoros foi inevitável, e os comentários sobre os términos também. A última vez que Taylor apareceu com um namorado foi em 2012. Mesmo solteira há dois anos, ela ainda ouve piadas maldosas sobre seus relacionamentos. Segundo Beatriz, isso incomoda a fanbase. 

“Ainda incomoda porque não importa o que ela faça, as pessoas vão ligar a algum ex-namorado e inventar alguma fofoca sobre o assunto. Por exemplo, ela lançou uma música nova recentemente, que não tem nada a ver com relacionamentos. Mesmo assim, eu ainda vejo muita gente fuçando as entrelinhas da letra pra encontrar alguma coisa”.

Milionária, bonita, jovem, talentosa. Taylor tinha tudo pra se tornar aquele tipo de artista arrogante e inalcançável com quem nenhum fã se identifica. Mas as coisas funcionam de outro jeito com a dona do country-pop. A americana tem uma dimensão muito humana, e faz questão de deixar isso claro. Recentemente, ela descobriu o tumblr, e na humildade que lhe é característica, postou: "Taylor aqui. Vou me trancar no meu quarto e não sairei até descobrir como usar o meu Tumblr. Bem, eu vou sair por um segundinho para fazer um lanche ou algo assim, mas é isso. Estou focada. Eu tenho um monte de perguntas, me ajudem."
Taylor gosta de gatos, de artes, e de dançar em premiações. No VMA 2014, enquanto todo mundo socializava, ela estava lá, perdida em seu próprio mundo, fazendo uma de suas coreografias peculiares.



Além da imagem de boa moça, Taylor Swift conseguiu ser respeitada também por sua música. Os sete Grammys Awards – prêmio mais importante da música americana – são um atestado disso. Com uma carreira impressionante, principalmente para alguém jovem como ela, Taylor já passou por diferentes fases. Mi aponta “Speak Now” como seu álbum preferido da estrela country-pop.

“Em minha opinião, o "Speak Now" é o melhor, é o momento em que vejo a Taylor mais madura, onde ela expõe os seus sentimentos, uma vez que ela compôs todas as músicas do álbum”.

Jefferson concorda.

“A minha época favorita é a era “Speak Now”. Acho que nesse álbum podemos ouvir várias Taylors: country, pop, rockstar”.

Beatriz vê no último trabalho a melhor fase de Taylor Swift.

“Acho que a fase "Red" foi muito marcante porque foi a primeira vez que a Taylor, antes essencialmente country, experimentou produzir algumas músicas explicitamente voltadas para o pop”.

Claudia é mais imparcial. 

“Sinceramente, não consigo escolher. Amo a fase country dela e suas músicas românticas, mas também estou adorando essa nova fase pop, cheia de músicas animadas e com um sentido de ‘não ligo mais para nada, vou simplesmente ser feliz’”. 

Fases preferidas à parte, os quatro tem em comum o amor incondicional por Taylor Swift. Para Claudia, a felicidade da ídola traz uma energia muito positiva para os swifties.

“Não importa quanto tempo passe, as músicas da Taylor ainda vão encaixar nos momentos da nossa vida. Ela é uma artista completa. Talentosa, linda, humilde e carinhosa com os fãs; e isso nos faz melhor a cada dia. A felicidade dela faz o fandom se unir e ficar tão feliz quanto. Acho que só quem é realmente fã sabe”. 

Fã ou não, você tem que admitir: a vida é muito curta para não amar Taylor Swift.









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