terça-feira, 18 de novembro de 2014

Na escalada do sucesso, Fifth Harmony monta nas costas das suas harmonizers

O post de hoje encerra as atividades do Fandom POP. A fanbase escolhida já está nos planos do blog desde o começo desse projeto, porque leva o conceito de fandom a um patamar poucas – para não dizer nunca – vezes visto no cenário musical. Elas não tem milhões de seguidores no Twitter. Elas não tem nem um álbum. Mas existe alguma coisa sobre essas cinco meninas, um brilho diferente que faz até o mercado pop, viciado no ciclo de meninas gritando por rapazes sem camisa e voz bem mais ou menos, reconhecer que elas merecem o espaço pelo qual estão lutando. Esse post é sobre uma aposta, sobre gente que ainda vai ser muito grande. Caso você ainda não tenha percebido, o Fandom POP de hoje é sobre o Fifth Harmony e suas harmonizers.


Fifth Harmony é a encarnação daquilo que tinha tudo pra dar errado, mas por algum golpe do destino, vai dando certo. Ally Brooke Hernandez, Camila Cabello, Dinah Jane Hansen, Lauren Jauregui e Normani Kordei inscreveram-se como artistas solo no extinto XFactor US, em 2012. Depois de aprovadas nas auditions, foram reprovadas na fase do boot camp. “Talvez eu não seja o que eles queriam”, uma Ally de nariz vermelho lamentou, na época. E seriam só mais cinco meninas nas estatísticas se os jurados L.A Reid, Britney Spears (!!), Demi Lovato (!!!!) e o produtor com mais apurado faro para grupos do mundo, Simon Cowell, não tivessem visualizado que com elas um grupo poderia ser formado. Depois do corte prematuro, foram chamadas de volta ao palco montado em Miami, onde oficialmente se formou a girlgroup. “Se existe um por cento de chance, é mais do que eu sempre achei que teria”. No dia 10 de outubro de 2012, começaram a trilhar um caminho parecido com o que os meninos do One Direction já tinham percorrido 2 anos atrás, no UK. Na fase das judge's house, as cinco cantaram “Impossible”, e chegaram aos live shows. A verdade é que as LYLAS, posteriormente 1432, e finalmente Fifth Harmony seguiram na competição aos trancos e barrancos. Longe do brilho de Carly Rose Sonenclear e Tate Stevens, e do buzz dos descamisados do Emblem Three, elas chegaram ao top 4 do programa sem maiores perspectivas de passar às finais. Foi nessa época que as harmonizers começaram a fazer a diferença no destino do grupo. Depois de uma performance da significativa “Anything Could Happen”, Britney Spears foi obrigada a fazer aquilo que não fez em meses de programa: uma expressão de real surpresa. As 5H desbancaram os favoritos e foram as primeiras a passar para a final do programa, arrancando de Lauren Jauregui um “holy shit” em rede nacional.



 Assim como aconteceu como a 1D, a girlgroup encerrou sua participação em terceiro lugar. Em janeiro do ano seguinte, assinaram contrato com Epic/Syco, postaram covers de músicas que no momento faziam sucesso e deram início ao processo de gravação aquilo que era pra ser o álbum début e acabou sendo um EP. Lançado em 22 de outubro, “Better Together” levou as meninas à sexta posição do Billboard 200. Em 2014, a era Better Together começou a ser deixada para trás, e BO$$ instaurou novos rumos com bases feministas na carreira do grupo. 




Hoje, a conta oficial conta com um 1.6 milhões de seguidores no Twitter, mais de 4 milhões de curtidas no Facebook. Em comparação com os artistas anteriores, os menores números em termos de redes sociais. Mas foram esses “poucos” fãs que deram às cinco o VMA de Artist To Watch 2014, desbancando fanbases com até 18 milhões de seguidores. No EMA, tiraram Beyoncé, Katy Perry, Justin Perry da disputa pela indicação de WorldWide Act. Gabriela Marrêta é uma das fundadoras do Fifth Harmony World (@5HWorldCom), e reconhece a força da fanbase como um diferencial na história do grupo.

“Dizem que somos muito organizados, eu concordo. É a vontade de ver o trabalho duro delas ser reconhecido”.

Mariana Moreira, do Fifth Harmony Brasil (@5hNewsBrasil), vê uma relação de dedicação mútua.

“Nós temos uma conexão muito forte... uma relação bem próxima e individualmente elas nos ajudam... Elas se lembram de nós, quando contamos situações... Elas são gratas e nos ajudam muito. Falo por experiência própria e tudo que fazemos, é em forma de agradecimento à tudo que elas fazem por nós. Seja de forma coletiva ou individual”.

Esse bom desempenho em termos de votação está muito ligado às origens do grupo: harmonizer já nasceu votando. Harmonizer brasileiro então...

"Temos plena consciência de que o sucesso delas está em nossas mãos. A gravadora é meio molengona e deixam a desejar no marketing delas, o que faz com que nos empenhemos ao máximo. É o que falamos... Nascemos votando, ralando e morreremos assim. Os fãs brasileiros em particular são dedicados como todos sabem. Utilizamos programas que mudam IP para deixar stream rolando para que os views aumentem e elas subam no charts, pedimos as músicas no mediabase. Somos um fandom bem organizado e empenhado, por isso que em tão pouco tempo, elas tem cada vez mais destaque".

Chama atenção a faixa etária média entre as fãs, muito acima da de outros fandoms. Não é raro encontrar harmonizers com 20 anos ou mais e que entraram na maldita vida de fã graças às 5H. Gabriela tem 21 anos e é um exemplar claro desse tipo.

“Nunca estive muito por dentro dessa nova era de fanbases. Quando eu percebi já era Harmonizer, daí já não tem mais volta”.

Apesar das coisas boas, 5H é a fanbase do drama. Todo dia é dia, toda hora é hora. Os famosos"ships" são, assim como na fanbase directioner, uma pedra no sapato. No 5HWorldCom, é um tema que geralmente é evitado.

"Isso é um grande problema na nossa fã-base, mas tentamos focar no grupo e incentivamos os fãs a fazerem o mesmo".

Apesar das brigas relacionadas a vida pessoal das meninas, um fandom é uma espécie de irmandade. A passagem da Fifth Harmony pelo Brasil foi uma experiência que mostrou a força dessa família.



O Fandom POP foi ao show do Rio de Janeiro, e viu as fãs fazendo do apresentação um grande espetáculo, mesmo antes das meninas subirem ao palco. Assistir, do camarote, todo mundo cantando "Someone Like You" foi realmente arrepiante - apesar de não ser uma música nem das meninas, nem do outro artista que se apresentou na ocasião.


Quando as cinco subiram ao palco, o Vivo Rio veio abaixo. E quando Camila Cabello soltou o primeiro "Brasil Gostosas"...

 Para Mariana, a aceitação da girlgroup no país explica muito do por que vale a pena ser fã de Fifth Harmony.  

"Elas são garotas muito reais. Elas tem perfis que se parecem com o seu e com aquela amiga louca, ou com a irritadinha que te corrige em tudo...Você consegue se conectar e enxergar realidade nas atitudes delas. E por 3 das 5 terem origens latinas a identificação foi maior. Elas tem corpos como os nossos, lidam com as mudanças, com as loucuras da adolescência/transição para a vida adulta, não se escondem por isso e encorajam os fãs a serem que são, não importa como são! O carinho dos Harmonizers brasileiros vai além do talento. Tem a ver com o estilo de vida que elas levam e a valorização que elas dão às pessoas, principalmente aos fãs. Eu conheci a Demi, conheci o Paramore e elas realmente são diferentes. Você se sente querido numa palavra, num sorriso ou olhar. Elas nos tratam como se fôssemos amigos de longa data."




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Um comentário:

  1. Que postagem linda! Amei! De verdade! Não poderia ter sintetizado melhor toda a história delas e, principalmente, o porquê de elas serem tão admiradas e amadas por nós, Harmonizers.

    E, acrescente minha pessoa aí na lista dos fãs "mais velhinhos", pois dezembro está chegando com meus 27 aninhos e faço minhas as palavras da amiga Harmonizer acima "Quando eu percebi já era Harmonizer, daí já não tem mais volta”. Fato: Não tem mais volta MESMO!

    Cada dia tenho mais orgulho de fazer parte desse fandom, ou melhor, família Harmonizer :)

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